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Para amar os livros


Saiba como incentivar seu filho a ler, um hábito fundamental para quem deseja escrever bem, enriquecer o vocabulário, desenvolver a criatividade e muito mais!

"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história."

A frase acima, da autoria de Bill Gates - o fundador da Microsoft, que revolucionou o computador pessoal e um dos homens mais ricos do mundo - expressa perfeitamente a importância dos livros e da leitura na vida de todos. Quem lê desde cedo só tem a ganhar: aprende a escrever melhor, turbina a imaginação, enriquece o vocabulário, desenvolve o raciocínio, o senso crítico e muito mais. "O hábito da leitura ajuda a manter o rendimento escolar em um nível alto, além de despertar no estudante uma nova postura sobre tudo aquilo que o mundo apresenta", revela Lucilei spitaletti, professora do Ensino Fundamental do Colégio Santa Maria, em São Paulo (SP).

Ler é, sobretudo, uma grande fonte de prazer em todas as fases da vida. Pode parecer exagero, mas tomar contato com os livros desde bebezinho faz toda diferença para o futuro adulto, tanto sob o ponto de vista mental quanto emocional. Pegar o filho no colo, abrir as páginas cheias de desenhos coloridos, ler em voz alta, mudar a entonação, rir... São momentos mágicos que levam o pequeno a aprender a amar a leiturae, de quebra, fortalecem os laços de afeto entre pais e filhos.

O educador francês Daniel Pennac, na obra "Como um romance" (Editora Rocco), afirma que, quando o pai senta ao lado do filho para ler um conto de fadas, estabelece-se uma tríade - livro, leitor e ouvinte/leitor - e esse tipo de experiência fortalece as relações familiares, afinal, todos vão se divertir juntos. "Trata-se de um momento de enorme aconchego e troca', acrescenta a escritora Heloisa Prieto, autora, ente outros, do livro "Lá vem história" (Companhia das Letras).

Vinte minutos por dia

Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma campanha de incentivo à leitura, da Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation), cujo slogan pode tranquilamente ser adotado por aqui: "Leia como uma criança. São os 20 minutos mais importantes de seu dia". Não é preciso ler por muito tempo, mas é fundamental inserir a leitura na rotina da criança e da família. O educador Celso Antunes, autor de vários livros, como "A Linguagem do Afeto" (Papirus Editora), reforça o valor dessa atitude: "O gosto pela leitura e a paixão pelos livros é um comportamento adquirido no lar e na escola. Entretanto, a ação dos pais, desde que continua e persistente, tem um poder imenso na conquista e na preservação desse comportamento'. E essa constatação foi comprovada por meio da pesquisa. No estudo Retratos da Leitura no Brasil, realizado em 2007 pelo Instituto Pró-Livro, os entrevistados afirmaram que foram incentivados a ler, em primeiro lugar, pela mãe (49%), seguido pela professora (33%) e o pai (30%). Os leitores disseram, ainda, que se habituaram a ver os pais lendo em casa e lembram que a infância e a adolescência foram os peródos em que mais tinham contato com os livros.

Aventuras desde o berço

Como se deve ler para os pequenos? A princípio, eles veem o livro como um brinquedo a ser explorado, amassado, mordido e até mesmo rasgado. Por isso, comece oferecendo obras mais duráveis e de fácil manuseio, como os livros cartonados, de tecido ou plástico, com muitas figuras de animais e imagens coloridas. Assim, eles iniciam os primeiros contatos com ilustrações e palavras escritas.

Era uma vez...

Para crianças em fase de pré-alfabetização, o ideal é ler em voz alta histórias de livros cheios de ilustrações e pouco texto. Mas, à medida que elas vão crescendo e se interessando, apresente os contos mais elaborados. Vale criar um ritual para a leitura, reservando um momento do dia e um espaço especial na cas. Ao ler, abuse da emoção e dê entonação de voz diferente para cada personagem. Isso deixa o conto mais atraente e emocionante.

O prazer de saber ler

O incentivo deve continuar mesmo quando a criança já está alfabetizada. "Aproveite essa nova habilidade e peça para seu filho ler um parágrafo e depois você lê o próximo", sugere a professora Lucilei. Vale a pena também bater papos sobre leitura, perguntar o que ele gostaria de ler, visitar livrarias e bibliotecas. "É importante, no entanto, que essa rotina não seja obsessiva e que o diálogo não gire em torno apenas de leituras, mas o tema sempre deve aparecer nas conversas, mostrando à criança como você se interessa por ela e pelo assunto", esclarece o educador Celso.

Qual livro ler?

"Ninguém escolhe um título melhor do que a própria criança. Ao adulto cabe um papel crítico de aceitação ou não", diz Celso. "Os pais devem sugerir a opção de busca e ajuda a criança nessa seleção". A escritora Heloisa Prieto completa: "Existem leitores mirins que se interessam por aventuras, outros por fantasia, há quem prefira poemas, histórias sobre a vidas dos animais e até contos de assombração. Ao longo da vida, o gosto pode mudar ou permanecer". Uma opção é levar o filho às livrarias e às bibliotecas e deixá-lo folhear diversar obras, até decidir quais gostaria de ler. "Coloque uma estante no quarto da criança e ajude-a preenchê-las com o que escolheu. A medida que ela cresce, é bom reservar um valor da mesada para a compra de livros, conclui.

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